"Tenho uma vida pautada pela correção e pelo respeito a todos -tanto no campo público quanto na vida privada. Portanto, jamais comungarei com visões preconceituosas, que podem inclusive ser configuradas como crime", diz.
Moro indicou ainda que não dividirá palanque com o parlamentar, que se filiou ao Podemos para disputar o governo de São Paulo, e pede providências de sua legenda.
"Jamais dividirei meu palanque e apoiarei pessoas quem têm esse tipo de opinião e comportamento. Espero que meu partido se manifeste brevemente diante da gravidade que a situação exige", afirmou.
Na quarta-feira (2), Moro elogiou a iniciativa do deputado e de Renan Santos, líder do MBL (Movimento Brasil Livre), de viajaram ao leste europeu.
"O Dep. Arthur do Val e Renan Santos, do MBL, decidiram reportar in loco o conflito na fronteira da Ucrânia. Também angariaram ajuda financeira para amparar refugiados. É sempre louvável quando saímos do discurso e partimos para a prática", escreveu.
Nesta sexta (4), áudios atribuídos a Do Val, conhecido como Mamãe Falei, circularam em redes sociais. Neles, o parlamentar faz comentários sexistas sobre as mulheres da Ucrânia, para onde viajou com a justificativa de ajudar as vítimas da invasão russa.
Nos áudios, o pré-candidato ao Governo de São Paulo teria afirmado que as ucranianas são "fáceis" de pegar por serem pobres -e que a fila de refugiados da guerra tem mais mulheres bonitas do que a "melhor balada do Brasil".
Arthur do Val se encontra num voo rumo ao Brasil, segundo o MBL, que diz que não conseguiu contato com ele e por isso ainda não se manifestou.
A voz dos áudios é idêntica à do deputado, mas integrantes da organização afirmam não terem recebido as mensagens em seus grupos de WhatsApp.
Um segundo áudio descreve como o deputado supostamente teria usado seus 730 mil seguidores no Instagram para se aproximar de mulheres ucranianas.
"Elas olham [para ele, Arthur] e vou te dizer: são fáceis porque elas são pobres. E aqui, cara, minha carta do Instagram, cheio de inscritos, funciona demais. Funciona demais. Depois eu conto a história", diz.A nota de Sergio Moro na íntegra.
Lamento profundamente e repudio veementemente as graves declarações do deputado Arthur do Val divulgadas pela imprensa. O tratamento dispensado às mulheres ucranianas refugiadas e às policiais do país é inaceitável em qualquer contexto. As declarações são incompatíveis com qualquer homem público.
Tenho uma vida pautada pela correção e pelo respeito a todos –tanto no campo público quanto na vida privada. Portanto, jamais comungarei com visões preconceituosas, que podem inclusive ser configuradas como crime.
Meu respeito incondicional às mulheres em geral e às ucranianas, em especial, porque além de todos os problemas diários enfrentados, precisam conviver com os horrores da guerra.
Jamais dividirei meu palanque e apoiarei pessoas quem têm esse tipo de opinião e comportamento. Espero que meu partido se manifeste brevemente diante da gravidade que a situação exige."
De volta ao Brasil, ainda no aeroporto, Arthur admitiu aos jornalistas que suas falas na Ucrânia tiveram "tom jocoso e informal" e que ele não teria tido "tempo para fazer nada", nem mesmo tomar banho.
O deputado estadual Arthur, reconheceu em coletiva à imprensa na manhã deste sábado (5) que o que falou "foi um erro, num momento de empolgação".
REPERCUSSÃO
Ainda na sexta-feira (4), após a repercussão dos áudios, a então namorada do parlamentar, Giulia Blagitz, anunciou o término do relacionamento por meio das redes sociais.
“Em respeito a todos os meus seguidores que também seguiam o Arthur gostaria de deixar claro que seguiremos caminhos distintos", disse.
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