Empresário do agro Luiz Carlos Ottoni fugiu e capotou a caminhonete após bater na traseira do carro da vereadora Cleres Revelante (PT) em Salto do Jacuí, no Rio Grande do Sul
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Empresário bateu uma caminhonete na traseira do carro da vereadora petista Cleres Revelante na terça-feira (13), fugiu em alta velocidade, capotou a caminhonete e morreu no local — Foto: Reprodução |
Depois da batida, a vereadora chamou uma viatura da Brigada Militar que passava na avenida naquele momento. Ottoni, que é de uma família tradicional de pecuaristas da região, fugiu em alta velocidade, colidiu contra um barranco, num trecho de estrada não pavimentado,capotou e morreu no local.
O episódio ocorreu no município de Salto do Jacuí, no Rio Grande do Sul, a 200 km de Porto Alegre. A Polícia Civil investiga se houve motivação política quando Ottoni atingiu o carro de Revelante, que estava todo adesivado com políticos do PT, incluindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na quarta-feira (14), ela foi ouvida pelo delegado Dieison Anderson Garcia Novroth.
Entre as hipóteses levantadas pela investigação está a possibilidade de que o produtor rural tenha causado a colisão porque estaria embriagado. O delegado afirmou que testemunhas relataram que Ottoni tinha histórico de confrontos no trânsito.
Porém, segundo o depoimento da vereadora, o empresário do agronegócio já havia proferido agressões verbais contra ela em outras ocasiões, não escondendo sua preferência política pelo presidente Bolsonaro.
A senadora e candidata à Presidência Simone Tebet (MDB) se manifestou sobre o ocorrido em seu perfil oficial do Twitter. "Mais um caso de violência política. Em Salto do Jacuí/RS, uma vereadora relatou ter sofrido ataque enquanto dirigia seu carro por um motorista devido a divergências políticas. Essa guerra parece não ter fim. Precisamos de paz nessas eleições e no Brasil", escreveu Tebet nesta quinta-feira (15).
Uma semana antes desse episódio, no 7 de Setembro, o trabalhador rural Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, matou a facadas o colega de trabalho Benedito Cardoso dos Santos e tentou decapitá-lo com machado após uma discussão sobre as eleições. Oliveira declarava voto em Bolsonaro e Santos apoiava o ex-presidente Lula. O crime ocorreu em Confresa, interior do Mato Grosso, e o assassino foi preso.
A campanha de Lula pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na última quarta-feira (14), que tome providências para conter a escalada da violência política nas eleições. "O contexto de intolerância e violência política tem ultrapassado a características de gênero e incorrido sobre os mais singelos atos, como declarar posicionamento político, autoproclamar apoiador de determinado candidato ou simplesmente expressar/manifestar opinião política", sustentam os advogados na ação.
A defesa da campanha também lembrou na ação do crime que vitimou outro petista, em Foz do Iguaçu (PR), no início de julho deste ano. O tesoureiro do PT e guarda municipal Marcelo Arruda comemorava o próprio aniversário, com temática petista e de Lula, quando a festa foi invadida pelo policial penal Jorge Guaranho, que não havia sido convidado e chegou num carro gritando "Aqui é Bolsonaro". O policial saiu do local e voltou já empunhando uma arma, disparou contra Arruda e o matou.
Guaranho foi preso após ficar um mês hospitalizado, pois recebeu um tiro de Arruda, que também se armou antes de falecer. O policial será ouvido pela primeira vez pela Justiça do Paraná, no Fórum de Foz do Iguaçu, nesta quinta-feira (15).
Por Luana Melody Brasil / O TEMPO
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