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Eduardo Bolsonaro ataca TSE e diz: “Não vou aceitar eleição fraudada”

Em entrevista a podcast, deputado Eduardo Bolsonaro ameaçou eleição e acusou TSE de “tensionar”; questionado, se contradisse e recuou

Em abril do mesmo ano, zombou das torturas que a jornalista Miriam Leitão sofreu durante a ditadura militar. Além disso, foi acusado pelo PT, PDT, PSB e Psol de desrespeitar parlamentares mulheres

O deputado Eduardo Bolsonaro afirmou que não aceitará eleições fraudadas e criticou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As declarações foram dadas na última segunda-feira (11/7) durante uma entrevista para um podcast. Questionado pelo entrevistador, Eduardo recuou: disse que não sabe se a próxima eleição será fraudada e negou “pisar fora das quatro linhas”, termo usado por bolsonaristas em referência a ações fora dos limites da Constituição.

Quando foi perguntado se o governo Bolsonaro aceitaria os resultados da eleição de outubro, Eduardo Bolsonaro respondeu: “Eu não vou aceitar eleição fraudada. Você aceitaria?”. Pouco antes, na entrevista, o parlamentar havia lançado dúvidas sem provas sobre a urna eletrônica: “Meus representados não têm a segurança de que aquilo que eles digitam lá vai ser contado em Brasília de maneira apropriada”, disse, em entrevista ao podcast Talk Churras.

Depois que foi cobrado por provas dessa suposta fraude, Eduardo Bolsonaro titubeou. Citou boatos já desmentidos pela Justiça Eleitoral, como o de urnas registrando o número do PT automaticamente ou de que a urna não é auditável. Na quarta-feira (13/7), o Tribunal de Contas da União, órgão ligado ao Poder Legislativo, reafirmou a segurança das urnas eletrônicas.

Questionado mais uma vez sobre sua declaração de que não aceitaria “uma eleição fraudada”, entrou em contradição:

“Não, eu não falei isso. Ah, não, fraudada acho que ninguém aceitaria. E eu não estou falando que a eleição de agora será fraudada. Não tenho bola de cristal. Estou me precavendo de a Folha [Folha de S. Paulo] não botar um headline [manchete] lá e falar que eu vou causar um problema no Brasil”. E admitiu: “Não tenho como comprovar que [a eleição] foi fraudada”.

Em seguida, o entrevistador perguntou o que aconteceria se o governo não aceitasse a eleição e questionou se haveria um golpe no Brasil. Eduardo Bolsonaro tergiversou e não rechaçou um golpe: “A gente não pode trabalhar com esse exercício de futurologia. O jogo ainda está rolando”.

Então, o entrevistador indagou se seria uma tomada de poder. “Não, negativo”, disse o deputado. O anfitrião do podcast insistiu e cobrou o que seria a etapa seguinte a não aceitar o resultado eleitoral. “Mas eu não estou falando disso”, minimizou Eduardo Bolsonaro, e disse, tentando suavizar o que havia afirmado poucos minutos antes: “Só uma democracia permite que você conteste o resultado de uma eleição”, acrescentando: “Dentro de um processo eleitoral. Mas não estou falando nada de pisar fora das quatro linhas”.

Também sem apresentar provas ou justificativas, Eduardo Bolsonaro acusou o TSE de aumentar a tensão do país. “O TSE resolve tensionar as coisas. Agora eles convidaram as Forças Armadas, as Forças Armadas estão fazendo sugestões a eles, e espero que eles acatem minimamente essas sugestões”.

Convidados a integrar a comissão de transparência das eleições, os militares têm lançado dúvidas públicas sobre a urna, sem base e em linha com Jair Bolsonaro. Na quarta-feira (14/7), a 80 dias da eleição, o Ministério da Defesa sugeriu uma “votação paralela” com cédula de papel, o que será negado pela Justiça Eleitoral.

Jair Bolsonaro é investigado no TSE e no STF por ter espalhado mentiras sobre o sistema eleitoral. No mês passado, o senador Flávio Bolsonaro disse que seria impossível conter a reação de bolsonaristas ao resultado da eleição. Em entrevista ao jornalista Felipe Frazão, o filho do presidente não confirmou se Bolsonaro reconheceria uma derrota. Em 2019, Eduardo Bolsonaro defendeu um “novo AI-5” no país e depois voltou atrás.


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